De um lado, o aumento de eventos climáticos extremos, como as queimadas na Califórnia, ou as chuvas e alagamentos nas cidades brasileiras, como no Rio Grande do Sul, que além de mais frequentes têm se tornado mais intensas.
Essas condições propiciam o surgimento de eventos devastadores, que avançam sobre as propriedades e comprometem a infraestrutura local. Como consequência, as seguradoras têm registrado um aumento significativo no volume de indenizações pagas, elevando seus custos operacionais.
De acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), em 2023, os Estados Unidos enfrentaram 28 desastres climáticos e meteorológicos que resultaram em perdas superiores a US$ 1 bilhão cada, totalizando aproximadamente US$ 92,9 bilhões em prejuízos.
Diante desse cenário, algumas seguradoras têm revisado suas políticas de subscrição, aumentado os prêmios e, em certos casos, interrompido a oferta de cobertura em áreas de alto risco. Além disso, há desafios na precificação, uma vez que as mudanças climáticas introduzem incertezas na previsão da frequência e gravidade dos eventos futuros.
De outro lado, as mudanças climáticas representam oportunidades. Por exemplo, em dezembro de 2024 entrou em vigor o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa, trata-se de um mercado brasileiro de créditos de carbono. O setor segurador poderá cobrir os riscos, seja dos projetos de crédito de carbono como da entrega desses créditos. Além disso, poderá criar novos produtos vinculados à sustentabilidade, oferecer consultorias sobre o risco climático e criar fundos que canalizem recursos para as ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima.
Finalmente, a pressão regulatória e as expectativas dos investidores também influenciam o setor. Órgãos reguladores e stakeholders esperam que as seguradoras adotem práticas sustentáveis e incorporem os riscos climáticos em suas estratégias de gestão. Isso pode incluir investimentos em soluções tecnológicas para previsão de desastres e colaboração com governos e comunidades para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
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