As tarifas comerciais impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, geraram preocupações para a economia brasileira, especialmente nos setores de exportação de aço, alumínio e produtos agrícolas.

Vale citar, nos últimos cinco anos a balança comercial brasileira com os EUA foi favorável àquela economia em mais de US$30 bilhões.

As medidas protecionistas implementadas visam proteger o mercado americano para, possivelmente, induzir uma reindustrialização daquele país, que perdeu espaço para a China na produção industrial e na disputa tecnológica.

Em 2018, em seu primeiro governo, Trump já havia fixado tarifa de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio importados de diversos países. Naquela oportunidade, foi negociada uma cota de exportação sem tarifas para o Brasil.

No setor agrícola, a disputa comercial poder aproximar o Brasil ainda mais ao mercado chinês e até diminuir resistências junto à União Europeia. Entretanto, as tarifas impostas por Trump também implicam desafios.

Por exemplo, o etanol brasileiro perde competitividade no mercado americano diante dos produtores locais. Além disso, a instabilidade nas relações comerciais globais pode gerar volatilidade nos preços das commodities, afetando nossa produção.

A preocupação com o câmbio, isto é, a expectativa de um dólar mais forte perdeu terreno. Até aqui, o risco inflacionário pode ter evitado que o governo americano tome ações proporcionais a sua retórica.

Essa postura contribuiu para a recuperação do real frente ao dólar, bem como os dados de atividade da economia americana não apontam para uma elevação dos juros nas próximas reuniões, distensionando momentaneamente os mercados financeiros.