Desaceleração abre espaço para a queda dos juros
Atividade mais fraca, inflação e expectativas em queda — mas com ressalvas
LUCIO SILVA - 24/10/2025 10:30
Atividade mais fraca, inflação e expectativas em queda — mas com ressalvas
LUCIO SILVA - 24/10/2025 10:30
A fotografia recente da economia brasileira aponta perda de fôlego da atividade e alívio inflacionário, com o câmbio ajudando. Em conjunto, esses vetores abrem espaço técnico para o Banco Central iniciar cortes na taxa Selic no começo de 2026 — desde que a tendência de desaceleração se mantenha e as expectativas sigam recuando.
Os indicadores de atividade já mostram moderação. Segundo o Banco Central, o IBC-Br subiu 0,40% em agosto, mas a alta foi de apenas 0,12% em relação ao mesmo mês de 2024, e o acumulado em doze meses desacelerou para 3,24%. O Monitor do PIB da FGV mostra um avanço modesto, de 0,7% em agosto, com sinais de perda de tração no consumo e estabilidade do investimento. Já o mercado de trabalho formal segue positivo, mas com ritmo menor: o Caged registrou 129,8 mil vagas em julho e 147,4 mil em agosto, abaixo dos níveis de 2024.
Do lado dos preços, o IPCA de setembro ficou em 0,48%, acumulando 5,17% em 12 meses. Os serviços continuam altos, mas em desaceleração. As expectativas de inflação, medidas pelo Focus, recuaram para cerca de 4,7% para 2025, ainda acima da meta contínua de 3%, mas em trajetória de queda. Desde 2025, a meta é contínua, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
O câmbio também contribui. Após a volatilidade do meio do ano, o real se valorizou, com o dólar entre R$ 5,35 e R$ 5,41 em setembro e outubro, o que ajuda a conter preços de bens comercializáveis e melhora as expectativas inflacionárias.
Com esse conjunto de fatores — atividade menos vigorosa, inflação e expectativas em recuo e real mais forte —, o balanço de riscos do Copom tende a se deslocar em direção a um cenário que permite reduções graduais da Selic no início de 2026. A ata da reunião de setembro já reconhecia a perda de fôlego da atividade e destacava que a convergência das expectativas será fundamental para iniciar o ciclo de flexibilização.
Ainda assim, as expectativas seguem acima da meta e a inflação de serviços continua elevada. O gatilho para o início dos cortes será a combinação de atividade mais fraca, desaceleração consistente dos serviços e queda persistente das expectativas. Se essa combinação se confirmar, o ambiente técnico para reduzir os juros estará configurado.
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