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Economia

Fintechs em alta: competição, crédito e juros no Brasil

No horizonte, mais competição e eficiência no sistema financeiro

LUCIO SILVA - 24/10/2025 10:27

As fintechs deixaram de ser nicho. Em poucos anos, elas ganharam escala nos meios de pagamento, passaram a disputar concessão de crédito e, com o Open Finance, ampliaram a transparência e a portabilidade de dados financeiros. O resultado é um ambiente mais competitivo — com efeitos visíveis sobre custos, spreads e a própria transmissão da política monetária. 


Três motores de crescimento 


O primeiro motor foi o Pix, que se tornou o meio de pagamento mais usado no país. Em 29 de novembro de 2024, o sistema bateu recorde diário de 239,9 milhões de transações, somando R$ 130 bilhões, segundo o Banco Central. O segundo é o Open Finance, que em 2025 alcançou cerca de 100 milhões de autorizações ativas, consolidando o Brasil entre os ecossistemas mais avançados do mundo. O terceiro motor é a expansão das fintechs de crédito (SCDs e SEPs), que ampliaram a oferta de crédito para pessoas físicas e pequenas empresas, com operação regulada pelo BC. 


O que já mudou no mercado financeiro 


A difusão do Pix reduziu custos de transação e promoveu maior inclusão financeira, especialmente em pagamentos de baixo valor. O Open Finance elevou a transparência e estimulou a portabilidade de crédito, enquanto as fintechs de crédito diversificaram a oferta e diminuíram custos operacionais, pressionando spreads em alguns nichos. Esses avanços têm tornado o sistema mais contestável e ampliado a eficiência na precificação de crédito. 


E os juros? Onde as fintechs entram 


As fintechs não determinam a Selic, mas influenciam o custo final do crédito. Com maior concorrência, tecnologia e avaliação mais precisa de risco, elas contribuem para reduzir spreads e aumentar a sensibilidade do mercado aos movimentos da política monetária. Estudos do Banco Central indicam que o aumento de ofertantes e a portabilidade de crédito têm reduzido as taxas efetivas em determinados produtos. 


Quando o custo de troca entre instituições cai e os dados financeiros circulam com consentimento, a reação dos preços de crédito à Selic se torna mais rápida. O resultado é um sistema mais competitivo e eficiente na transmissão da política monetária.