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Economia

Juros menores nos EUA e seus impactos sobre o Brasil

A política monetária em novo momento

LUCIO SILVA - 03/10/2025 11:40

A redução dos juros básicos nos Estados Unidos marca uma inflexão na política monetária internacional e seus efeitos logo se espalham para países emergentes, como o Brasil.


O movimento do Federal Reserve, ao aliviar o custo do crédito na maior economia do mundo, altera a dinâmica dos fluxos de capitais globais. Em busca de retornos mais elevados, investidores podem redirecionar recursos para mercados como o brasileiro, favorecendo o câmbio e ampliando a liquidez doméstica.


O real tende a se beneficiar, com menor pressão inflacionária vinda das importações, sobretudo de combustíveis e insumos industriais, o que abre algum espaço para que o Banco Central conduza cortes adicionais na taxa Selic.


Esse cenário, no entanto, não é linear. O diferencial de juros entre Brasil e EUA continua relevante e, mesmo em queda, os rendimentos americanos permanecem referência de segurança.

Isso significa que incertezas fiscais ou políticas domésticas podem anular o ganho de atratividade proporcionado pela queda dos juros internacionais. Além disso, choques externos – como alta nas commodities ou tensões geopolíticas – podem inverter rapidamente a tendência de valorização cambial e exigir uma postura mais cautelosa das autoridades monetárias brasileiras.


Assim, embora juros menores nos Estados Unidos criem um ambiente mais favorável para emergentes, seus efeitos dependem das condições internas. Se o Brasil avançar em previsibilidade fiscal e mantiver sob controle a inflação, pode colher frutos desse novo ciclo internacional, seja com valorização dos ativos domésticos, seja com maior confiança dos investidores.