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Economia

Prévia da inflação oficial desacelera em abril.

Inflação recua na comparação com o mês anterior

LUCIO SILVA - 28/04/2025 13:38

Pelo segundo mês consecutivo caiu o IPCA-15, a prévia da inflação oficial. O índice de abril veio em 0,43%, desaceleração importante, de 0,21 ponto percentual (p.p.), na comparação com os 0,64% do mês de março.


Os itens dos transportes, especialmente, as passagens aéreas, foram os que mais contribuíram para a desaceleração, com queda de 0,44%. Enquanto o grupo da alimentação segue pressionando o aumento, neste mês, crescimento de 1,14%.


Contudo, a inflação acumulada em 12 meses, utilizada como referência para o regime de metas adotado pelo Banco Central, aumentou, e segue muito acima do teto da meta. No mês passado acumulou 5,16% contra 5,49% neste mês, o centro da meta é de 3%, com teto de 4,5%.


Trocando em miúdos, a inflação continua pressionada e ainda não dá sinais de alívio, nem para o bolso do brasileiro, tampouco para o Comitê de Política Monetária, que ainda aguarda os efeitos de uma política monetária restritiva, seja sobre a atividade econômica ou sobre a evolução dos preços.


Mais importante para a Política Monetária é a perspectiva para a inflação nos próximos meses. No índice de abril, viu-se a diminuição no preço da carne, possivelmente, um reflexo da queda no preço internacional, refletindo as expectativas de um menor crescimento econômico dada a disputa comercial entre EUA e China. O espalhamento dessa tendência para outros preços pode contribuir para a moderação nos preços dos alimentos. O mesmo deve acontecer com o preço dos combustíveis.


Por outro lado, viu-se também uma característica da economia brasileira, a lentidão para a redução da inflação. A memória inflacionária dos brasileiros e a inércia daí resultante implica um comportamento arraigado em nossas empresas, a correção dos preços ano a ano, sempre repondo e perpetuando a inflação de anos anteriores.


Tudo somado, ainda está distante o momento em que o Banco Central poderá voltar a diminuir a taxa básica de juros da economia. A tendência é de manutenção da taxa por bom tempo, até que consiga superar inércia da inflação, que a mantém em níveis elevados.