Em 2025, a economia brasileira enfrenta um cenário de desafios e expectativas moderadas de crescimento. De acordo com o Relatório Focus, compilado pelo Banco Central, divulgado em 27 de janeiro, a projeção do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 2,02%.
Esse número reflete uma desaceleração em relação aos anos anteriores, mas ainda mantém o crescimento no campo positivo. Espera-se melhor resultado da agropecuária, com clima mais favorável e aumento da área cultivada.
A indústria, que retomou o crescimento no ano passado, deverá apresentar resultado mais comedido, acompanhando o PIB.
Será um ano de aperto monetário, com a continuidade do ciclo de elevação da taxa básica de juros, e de menor impulso fiscal, com o déficit primário do governo caminhando para zero. O desemprego deverá manter-se baixo, com o rendimento médio do trabalho em leve alta.
A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, tem se mostrado um ponto de preocupação. As projeções do Relatório Focus para o ano foram elevadas para 5,50%, marcando a 15ª semana consecutiva de alta nas estimativas. Esse índice supera em muito a meta de 3% perseguida pelo Banco Central.
A pressão inflacionária é alimentada tanto por fatores externos, como os preços de commodities e o dólar mais forte, quanto internos, relacionados ao mercado de trabalho aquecido e à política fiscal.
A taxa básica de juros, a Selic, segue como principal instrumento de controle da inflação. O mercado espera que a Selic encerre o ano em 15%, indicando a continuidade de uma política monetária restritiva. Esse patamar elevado visa conter as pressões inflacionárias, mas também impõe desafios ao crescimento econômico, dado o impacto sobre o consumo e o investimento.
Trata-se, pois, de um ano de ajustes para a economia brasileira, com crescimento moderado, pressão sobre os preços e juros elevados. A evolução desses indicadores dependerá da eficácia das políticas econômicas e das condições externas.
O contexto exige um equilíbrio cuidadoso entre estímulo à atividade e controle da inflação, mantendo o foco no desenvolvimento de longo prazo.
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