Grupo Euro17

Qual o peso econômico do BRICS na economia brasileira?

A relação com os países membros pode trazer muitas oportunidades, incluindo investimentos em projetos de infraestrutura

Luciano Vanderley
24/01/2024 14:31
2 min

O acrônimo BRICS faz referência aos cinco países fundadores, que são o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Enquanto atuação conjunta, o agrupamento surgiu em 2006, ainda sem a participação do país africano, incorporado em 2011. A primeira cúpula do BRICS ocorreu em 2009. Desde então, esses países formam uma aliança que visa a cooperação e a coordenação em questões de importância econômica, política e social.

O melhor exemplo de atuação conjunta é a criação do banco do BRICS, ou Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), a partir de acordo firmado em 2014. Com sede em Xangai, na China, o NDB oferece financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável. O capital subscrito é de US$ 50 bilhões, com autorização de alcançar até US$ 100 bilhões.

Em comum, os BRICS são economias emergentes e populosas, que buscam maior influência no cenário internacional. Não é acaso o convite, feito em agosto do ano passado, para que mais sete países se juntassem ao grupo, são eles: Argentina, Irã, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia. Vale citar, nossos vizinhos do sul declinaram o convite. Ainda assim, amplia-se o poder econômico e a representatividade do grupo, que passa a representar 49% da população mundial e quase 30% do PIB.

Para o Brasil, há importantes complementaridades a serem potencializadas dentro do grupo. O exemplo mais nítido é o da China, principal destino de nossas exportações, e importante origem de investimentos diretos no país. Ademais, o setor de infraestrutura, fundamental para o ganho de produtividade da nossa economia, costuma atrair atenção e investimentos de empresas chinesas.

Outro ponto importante é o financiamento. Um exemplo recente: em outubro do ano passado, o Brasil obteve US$ 1 bilhão do NBD para financiamento de programa social. Outras complementaridades podem ser buscadas junto aos demais membros, o importante é que o país pense estrategicamente sua presença dentro do grupo.

Cabe ao Brasil identificar projetos que possam ser financiados pelo banco, e que aumentem a competitividade de nossa economia.


Texto escrito por Lucio Silva, economista do Grupo Euro17

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