Educação Financeira

Você sabe de onde vem a inflação?

A inflação é o aumento dos preços dos bens e serviços

Lucio Silva
06/09/2022 14:44
2 minutos

Sabe quando você vai ao mercado e percebe que seu dinheiro não compra mais o que comprava antes? O carrinho já não vem tão cheio como você estava acostumado, e parece que seu dinheiro perdeu valor. Pois é, nessa hora sentimos os efeitos nocivos da inflação. Mas você sabe o que é, e o que causa a inflação? Neste post vamos discutir esse tema tão relevante na economia e na vida dos brasileiros.

O que é inflação?

No jargão econômico, a inflação é entendida como a variação no nível geral de preços. Ou, em bom português: é quando sobem os preços de vários bens e serviços que compramos, dos alimentos, da gasolina, do aluguel, enfim, muito daquilo que costuma estar no orçamento do consumidor.  Neste contexto, nosso dinheiro perde valor, o carrinho de compras fica mais vazio, o mês parece que fica maior e as contas mais pesadas.

Em 2022, a inflação já acumula alta de 4,77%, ou seja, em média, os bens e serviços consumidos pelos brasileiros ficaram mais caros nesse percentual. Mas é claro, as famílias são atingidas de modo diferente pela elevação dos preços, a depender do que elas mais consomem. Por exemplo, a inflação dos alimentos está em 9,83% no ano. As famílias com menor renda, que gastam boa parte do que ganham com alimentos, sentem mais intensamente o processo inflacionário atual. Já os preços dos transportes subiram menos, só 2,54% no ano. Menos ruim para quem anda de carro.

Então, fiquemos assim: a inflação mostra com subiu, em média, o preço da cesta de bens adquirida pelos consumidores.

Mas afinal, por que os preços sobem?

Vale a famosa lei da oferta e da procura. Quando a demanda total de bens e serviços da economia cresce acima do crescimento da produção de bens, isto é, da oferta, então, os preços sobem. É a chamada inflação de demanda, que é mais comum quando a economia está aquecida, ou seja, está próxima de alcançar o máximo que é capaz de produzir. Ou, se por falta de confiança, os empresários decidem não aumentar a produção.

Neste cenário, qualquer incentivo à demanda, por exemplo, um aumento no gasto público, ou do crédito para o consumo, pode provocar uma subida de preços. Note que, o aumento do gasto público significa que o governo quer para si uma parcela maior da produção, dos bens e serviços. Já o aumento excessivo do consumo mostra que as famílias é que desejariam maior parcela do que foi ofertado.

Mas há outros motivos para a inflação aparecer. Por exemplo, uma elevação no custo de produção que é repassada para o preço final das mercadorias. Neste caso, a causa da elevação dos preços é a oferta, ou seja, a pressão vem do lado de quem produz os bens e serviços colocados no mercado. É assim quando sobe o preço do petróleo, que é usado para produzir energia, gasolina e vários outros bens e serviços. Como ficou mais caro produzir, a oferta total diminui e os preços sobem. São os produtores tentando manter sua fatia na renda.

E tem ainda os mecanismos de indexação dos preços, que tornam o problema ainda pior. Contratos que vinculam um preço a outro amplificam a inflação. Por exemplo, os contratos de aluguel, que são corrigidos de acordo com um índice de preços, normalmente, o IGPM. A indexação pode ser informal, sem um contrato assinado, esse é o caso quando um prestador de serviços repassa a inflação dos últimos meses para o seu preço. E as expectativas também são muito importantes. Os empresários que acreditam que os preços irão subir no futuro podem optar por aumentar defensivamente seus preços desde já.

No fim das contas, a inflação, seja de demanda ou de oferta, está relacionada à disputa dos vários grupos da sociedade por seu pedaço no bolo, na produção da economia. É o chamado conflito distributivo. E cabe ao governo e, principalmente, ao Banco Central do Brasil, agir como um árbitro que põe a bola no chão e evita que essa disputa resulte em descontrole inflacionário.

Como segurar a inflação?

No Brasil, vale o regime de metas de inflação. Ou seja, o Conselho Monetário Nacional determina uma meta para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, e o Banco Central tem a missão de perseguir essa meta. Assim, caso perceba que as empresas pretendem aumentar os preços para além da meta, o Banco Central aumenta a taxa de juros da economia. Com juros mais altos, o consumo fica mais caro, os investimentos diminuem, a economia desaquece e os preços param de subir.

Outro aspecto a considerar é que juros mais altos atraem investidores estrangeiros para os títulos brasileiros. Deste modo, entram mais dólares na economia nacional. A moeda se valoriza e tudo que é importado fica mais barato, o que também ajuda a controlar a inflação.

Então, é isso. Gostou do conteúdo, compartilhe!

 

 

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